Review: Mandragora – Whispers of the Witch Tree é sombrio, complexo e desafiador

Mandragora – Whispers of the Witch Tree é sombrio, complexo e desafiador

Mandragora: Whispers of the Witch Tree deverá agradar os fãs do gênero Soulslike e Metroidvania

 Lançado para PC e consoles, Mandragora: Whispers of the Witch Tree surge como uma das experiências mais intrigantes para fãs de RPGs sombrios. Com um universo decadente, combate desafiador e um enredo profundo, o jogo mistura elementos de Soulslike e Metroidvania com um toque narrativo digno de grandes clássicos do gênero. Sendo assim, mergulhei por horas no mundo de Faelduum e aqui está minha experiência completa.

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Um mundo caindo aos pedaços – mas belo de se explorar

 O primeiro impacto de Mandragora vem da sua ambientação. Faelduum é um reino à beira do colapso, infestado por forças sombrias e liderado por um regime teocrático que inspira tanto fascínio quanto repulsa. A direção de arte é impressionante: tudo parece pintado à mão, como se o jogo fosse um livro de fantasia gótica que ganhou vida. Além disso, a trilha sonora orquestrada pela FILMharmonic Orchestra de Praga é um espetáculo à parte, casando perfeitamente com os momentos de tensão e exploração.

 Dessa forma, a imersão é quase instantânea. O mundo é interconectado e recheado de segredos, o que torna a exploração recompensadora para quem gosta de vasculhar cada canto.

 O jogo oferece seis classes distintas: Vanguard, Flameweaver, Spellbinder, Nightshade, Wyldwarden e Vindicator. Cada uma possui árvores de talentos únicas, habilidades passivas e mais de 200 aprimoramentos de habilidades ativas. Embora a personalização física do personagem seja limitada, a variedade de habilidades permite uma abordagem estratégica e personalizada para cada jogador.

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Reprodução: Primal Game Studio

Combate técnico e punitivo

 Mandragora não perdoa erros. O combate exige atenção, tempo de reação e uso estratégico dos recursos. As seis classes disponíveis oferecem estilos bastante distintos — de magos a guerreiros furtivos — e o sistema de progressão é profundo, com árvores de habilidades extensas e versáteis.

 Ainda mais interessante é a necessidade de gerenciar stamina e consumíveis. Os chefes são um show à parte: exigem leitura de padrões e muito sangue-frio. E mesmo os inimigos comuns, quando enfrentados de forma descuidada, podem significar o fim.

 Inspirado em elementos de Soulslike e Metroidvania, o combate em Mandragora é desafiador e exige precisão. Esquivas, bloqueios e ataques calculados são essenciais para enfrentar os 15 chefes brutais e 19 mini-chefes desafiadores. A presença das “Pedras de Bruxos”, semelhantes às fogueiras de Dark Souls, permite pontos de descanso e salvamento, facilitando a progressão.

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Reprodução: Primal Game Studio

Missões densas e história ramificada

 O jogo conta com cerca de 60 missões, algumas principais, outras secundárias, mas todas inseridas organicamente no universo sombrio de Faelduum. A história, escrita por Brian Mitsoda (de Vampire: The Masquerade – Bloodlines), vai muito além do típico “bem contra o mal”. Você não é exatamente um herói — e suas escolhas afetam não só seu destino, mas também o desfecho de vários NPCs.

 O mapa do jogo lembra o de Hollow Knight, com áreas interconectadas e segredos ocultos. A exploração é incentivada, e novas habilidades desbloqueiam caminhos anteriormente inacessíveis. Além disso, o jogo guia o jogador de forma mais clara do que outros títulos do gênero, oferecendo uma experiência menos frustrante para iniciantes.​

 Ainda assim, é importante destacar que nem todas as missões têm um ritmo fluido. Algumas se estendem demais ou exigem backtracking cansativo, o que pode quebrar o ritmo para jogadores menos pacientes.

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Reprodução: Primal Game Studio
 

Mapas cheios de segredos e áreas ocultas

 Como todo bom Metroidvania, Mandragora aposta em mapas cheios de áreas bloqueadas por habilidades que só serão desbloqueadas mais adiante. No entanto, ele vai além ao trazer múltiplos biomas interligados, cheios de transições sutis e atalhos escondidos. A exploração é densa, e o design dos mapas incentiva revisitas constantes.

 Além disso, há zonas secretas e rotas alternativas que podem ser facilmente ignoradas por quem não estiver atento, o que reforça a sensação de estar desvendando um mundo realmente antigo e vivo.

 Com cerca de 40 horas de conteúdo, Mandragora oferece uma experiência robusta. A narrativa profunda, as escolhas morais e os múltiplos finais proporcionam um alto fator de rejogabilidade. O jogo está disponível por R$ 121,99 na Steam, um preço justo considerando a qualidade e a quantidade de conteúdo oferecido.​

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Reprodução: Primal Game Studio

Prós

  • Ambientação artística belíssima e coesa

  • Trilha sonora orquestrada e atmosférica

  • Sistema de combate profundo e recompensador

  • História rica, madura e cheia de ramificações

  • Exploração densa, com segredos por toda parte

Contras

  • Missões secundárias podem parecer repetitivas

  • Dificuldade pode afastar jogadores mais casuais

  • Backtracking excessivo em certas áreas

Veredito: 8,5

 Mandragora: Whispers of the Witch Tree é, sem dúvidas, uma das surpresas mais gratificantes do ano para quem aprecia jogos desafiadores e artisticamente marcantes. Desde as primeiras horas, o jogo me prendeu com sua atmosfera densa, trilha sonora envolvente e uma direção de arte que parece saída de um conto sombrio ilustrado à mão. Há uma elegância melancólica em Faelduum que me fez querer explorar cada canto, enfrentar cada ameaça e conversar com cada NPC — mesmo sabendo que, muitas vezes, as respostas não seriam esperadas ou sequer amigáveis.

 Apesar de tropeçar em alguns momentos — especialmente no excesso de backtracking e em certos chefes repetidos — a experiência como um todo é coesa, profunda e recompensadora. É notável o cuidado dos desenvolvedores com a construção de mundo, com cada detalhe do cenário, com os sistemas de progressão e com o equilíbrio entre desafio e frustração. O jogo realmente não pega na sua mão, mas também não o abandona completamente no escuro, o que achei um diferencial em relação a outros títulos semelhantes.

 Sendo assim, para jogadores familiarizados com títulos como Blasphemous, Hollow Knight ou Dark Souls, Mandragora é praticamente um convite irrecusável. Ainda mais se você aprecia aquele sentimento constante de “estar sobrevivendo por pouco”, mas nunca por sorte — sempre por mérito. Para os que buscam um RPG denso, com uma boa dose de complexidade e uma narrativa madura, este título se encaixa perfeitamente. No entanto, é preciso entrar com o coração preparado e a mente aberta, pois Faelduum exige paciência, atenção e dedicação.

 É um jogo que te desafia o tempo todo, mas que também te recompensa com momentos épicos, conquistas suadas e a constante sensação de evolução. No fim das contas, sair vitorioso de Mandragora não é apenas completar o jogo — é entender o peso de cada escolha, cada batalha e cada passo dado nesse mundo arruinado, mas ainda assim, lindamente vivo.

Informações adicionais

  •  Sistema onde foi feito a review: PC via Steam

  •  Tempo de review: 14 horas (até agora)

  •  Desenvolvedor: Primal Game Studio/Knights Peak

  •  Jogadores: 1

  •  Plataformas disponíveis: PC, PlayStation 5, Xbox Series X|S e Nintendo Switch.

 Gostaria de agradecer à equipe da Primal Game Studio e à JF Games PR por nos fornecerem a chave antecipada para a produção deste conteúdo.

 Acompanhe todas as informações do mundo dos games aqui no Game Notícias.

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