Me pergunto se realmente a segunda temporada de The Last of Us está ruim, ou… me tornei um fã chato
A segunda temporada de The Last of Us na HBO tem dividido opiniões, e o sexto episódio, exibido no último domingo (18), não foge à regra. Ainda que traga elementos emocionantes e vislumbres inéditos do passado de Joel e Tommy, o capítulo peca ao condensar memórias marcantes em uma única estrutura fragmentada. Sendo assim, o resultado final caminha entre o satisfatório e o desconexo.
🚀 ENTRE EM NOSSO GRUPO DO WHATSAPP AQUI! 🔥
Joel e Tommy ganham profundidade
Logo nos primeiros minutos, a série oferece algo novo ao universo da franquia: a infância de Joel e Tommy. A breve sequência com o pai dos irmãos não só surpreende, como também cria uma ponte emocional direta com o presente. Dessa forma, a construção de Joel como figura paterna ganha mais camadas — mesmo que de maneira um tanto apressada.
Ainda mais importante é perceber como a série tenta estabelecer paralelos entre o passado e os dilemas atuais. No entanto, apesar da intenção louvável, o roteiro nem sempre consegue manter o equilíbrio necessário para sustentar o impacto dessas revelações.

Flashbacks concentrados tiram força do drama
Ao longo do episódio, os roteiristas optam por reunir diversos flashbacks — tanto os retirados do jogo quanto alguns inéditos — em uma espécie de coletânea. Essa escolha, embora ousada, compromete o peso narrativo de cenas que, originalmente, funcionavam melhor de forma espaçada.
Além disso, momentos sensíveis como os aniversários de Ellie e as visitas ao museu, que deveriam emocionar naturalmente, acabam perdendo parte da autenticidade. Ainda assim, as sequências são visualmente encantadoras e reforçam a ligação entre os protagonistas.
A relação entre Joel e Ellie: amor simplificado demais?
Apesar de algumas cenas tocantes, a série parece suavizar demais o vínculo entre Joel e Ellie. No jogo, a complexidade da relação sempre ficou evidente: amor, culpa, medo e raiva se misturam em cada olhar. Por outro lado, o episódio apresenta uma conexão quase incondicional entre os dois, deixando de lado nuances importantes.
Sendo assim, quem conhece profundamente a obra original pode estranhar o tom mais “paternal e afetuoso” que a adaptação assume aqui. O Joel da série ama Ellie, mas a forma como expressa esse sentimento destoa de sua versão digital — e isso pode incomodar alguns fãs mais atentos.

Conflito final deixa pontas soltas
A sequência final do episódio, que traz uma conversa intensa entre Joel e Ellie após a festa de ano novo, representa o ponto mais polêmico da noite. Mesmo com atuações impactantes de Pedro Pascal e Bella Ramsey, o roteiro apresenta uma quebra lógica no desenvolvimento emocional de Ellie.
Nesse momento, a personagem confronta Joel sobre os eventos envolvendo os Vagalumes. Porém, ao invés de reagir com raiva e desconfiança — como seria esperado após descobrir a verdade —, Ellie rapidamente opta pelo perdão. Dessa forma, o arco emocional parece atropelado, ignorando o peso do conflito em troca de uma resolução precoce.

Valeu a pena?
O sexto episódio da segunda temporada de The Last of Us não é ruim. Ele traz boas ideias, momentos belos e atuações excelentes. No entanto, ao tentar condensar demais e suavizar tensões fundamentais, a narrativa perde parte da força que tornou a franquia tão marcante.
Ainda mais frustrante é perceber que, mesmo com tantos elementos promissores, o episódio prefere o seguro ao complexo. E isso, para uma história que sempre se destacou pelo peso emocional e pelas zonas cinzentas, soa como uma oportunidade desperdiçada.
Acompanhe todas as informações do mundo dos games aqui no Game Notícias.