Episódio 7 de The Last of Us fecha de maneira desastrosa a 2ª temporada da série
Como grande fã de The Last of Us, eu queria começar dizendo que entrei nesse episódio 7 com a mente aberta. No entanto, o que encontrei foi uma sequência desconexa, correria narrativa e escolhas de roteiro que simplesmente tiram o peso emocional da história. Sendo assim, o sentimento ao final do episódio é de frustração — uma frustração profunda, porque conheço o potencial dessa narrativa.
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Tudo aconteceu rápido demais
Desde o início, ficou claro que o episódio queria “resolver” muitas pontas soltas de forma apressada. Dessa forma, cenas que no jogo são densas, dolorosas e complexas — como o pós-assassinato da Nora — perderam completamente sua força. O impacto psicológico que Ellie deveria demonstrar ficou raso. Ainda mais estranho foi o momento da conversa com Dina, que parecia deslocada e até sem motivo aparente para o conflito que se desenrolou.
Além disso, a construção emocional entre os personagens parece ter sido deixada de lado. Cadê a conexão real entre Ellie e Dina? Cadê a dor? O sofrimento? Tudo pareceu lavado, menos intenso do que deveria — e isso me incomodou muito.

Ellie: de protagonista determinada a impulsiva sem noção
É impossível ignorar a transformação da Ellie nessa temporada. E não foi para melhor. Antes uma jovem determinada, inteligente e com profundidade, agora ela age de forma impulsiva, incoerente e, sinceramente, tola. Ainda assim, o roteiro tenta justificar essa postura como um traço de humanidade. Porém, na prática, parece apenas falta de consistência.
O exemplo mais gritante acontece quando ela tenta, sozinha, atacar um grupo fortemente armado para salvar um desconhecido. O Jesse, mais uma vez, salva ela de tomar uma atitude suicida. E mesmo assim, ela se revolta. Sério, que versão da Ellie é essa que a produção quis nos apresentar?

Preto no branco?
Uma das coisas mais fascinantes em The Last of Us é a moralidade ambígua. Ninguém é totalmente bom ou mau. Porém, a série parece querer transformar isso numa dicotomia simplista: Serafitas são os oprimidos inocentes, WLF são os opressores sem coração. Dessa forma, todo o equilíbrio narrativo do universo se perde.
Ainda mais frustrante foi ver a cena da ilha dos Serafitas. Ellie é capturada, quase morta, e tudo é interrompido por um ataque externo que… não leva a lugar nenhum. Para que essa sequência? Apenas para mostrar o cenário? Para alongar o episódio com algo que não tem impacto real na trama?

E o tal desenvolvimento emocional?
No jogo, depois que Ellie mata Nora, há um momento crucial em que ela retorna destruída para o teatro. A conversa com Dina é dolorosa. O peso da vingança, da culpa, da violência, tudo isso fica muito evidente. No episódio, esse momento é trocado por uma narrativa leve, quase indiferente. Ainda mais grave: a série demora dois episódios para retomar esse ponto, e quando o faz, trata com superficialidade chocante.
Sendo bem honesto, o episódio 7 é, para mim, um dos mais fracos da temporada. Apesar da direção competente e do cuidado visual, as escolhas de roteiro deixaram tudo desconexo, corrido e sem o impacto emocional necessário.

Além disso, a transformação da Ellie em uma protagonista descompensada e irracional prejudica profundamente a conexão do público com sua jornada. Dessa forma, sigo com um misto de frustração e esperança. Porque The Last of Us merece mais. E nós, como fãs, também.
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