Elden Ring Nightreign diverte muito, mas tem tropeços já conhecidos; veja nosso review
Desde que Elden Ring: Nightreign foi anunciado, eu fiquei intrigado com a proposta. Afinal, não é sempre que a FromSoftware resolve seguir caminhos tão distintos em relação à estrutura tradicional de seus jogos. Sendo assim, quando o game chegou em 30 de maio, decidi mergulhar de cabeça nesse novo ciclo sombrio — e saí dele com muitas impressões a compartilhar.
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A proposta ousada de Nightreign
Ao contrário do que muitos poderiam esperar de uma sequência ou expansão direta de Elden Ring, Nightreign aposta em uma abordagem radicalmente diferente. Aqui, você não explora um mundo vasto como o Interlúdio em busca de runas e chefes espalhados por todos os cantos. Em vez disso, o jogo se desenrola em ciclos de três dias e três noites, nos quais um trio de jogadores precisa explorar, sobreviver e enfrentar chefes cada vez mais difíceis até chegar ao Senhor da Noite, o boss final do ciclo.
Além disso, Nightreign se passa em Limveld, um mapa proceduralmente alterado, o que significa que a cada nova tentativa, a configuração muda. Dessa forma, a rejogabilidade acaba se tornando um dos grandes destaques da experiência. A exploração durante o dia é ampla, mas conforme a noite cai, o mapa encolhe, e o perigo cresce consideravelmente. Ainda mais interessante é o sistema de progressão: ao falhar, você mantém parte dos itens coletados, podendo aprimorar seu personagem para as próximas runs.

Jogabilidade cooperativa que brilha (ainda que com limitações)
Preciso destacar logo de cara que jogar com amigos transforma completamente a experiência. Sozinho, o jogo é cruel, impiedoso e quase sufocante — o que até combina com a proposta da FromSoftware, mas pode se tornar frustrante dependendo da build e da sorte durante o ciclo.
Por outro lado, em grupo, Nightreign atinge um equilíbrio delicioso entre desafio e diversão. A comunicação entre o trio é essencial para explorar bem Limveld, dividir recursos e se preparar para os combates noturnos. A dificuldade escala de forma bem orgânica, e cada partida rende histórias únicas. Ainda assim, é importante mencionar que o jogo não possui suporte para dois jogadores apenas, o que limita bastante as opções. Para quem não tem sempre dois amigos disponíveis, essa decisão soa, no mínimo, questionável.

O charme dos bosses continua intacto
Se há algo que a FromSoftware sabe fazer como ninguém, é criar chefes memoráveis. E, felizmente, isso se mantém aqui. Cada ciclo termina com uma luta épica, e a última noite reserva o embate contra os Senhores da Noite, entidades misteriosas e brutais que exigem tudo do jogador. O design desses chefes é espetacular. Ainda mais que os combates trazem mecânicas novas, visuais impactantes e uma trilha sonora arrepiante.
Sendo assim, mesmo que a estrutura do jogo seja mais limitada que o original, cada nova run oferece algo emocionante. No entanto, Nightreign poderia ter se beneficiado com uma maior variedade de inimigos comuns. Muitas criaturas são variações de modelos vistos em Elden Ring original, e isso dá uma sensação de déjà-vu que, em um jogo vendido como título completo, pesa um pouco mais.

O mapa dinâmico e a sensação de urgência
A mudança constante de Limveld adiciona uma camada tática muito bem-vinda. Você precisa decidir rapidamente o que explorar, o que ignorar e onde gastar seus recursos. Ainda assim, o jogo nunca se torna injusto — mas sim impiedoso, no melhor estilo da From.
Além disso, o ciclo de tempo curto obriga decisões difíceis: investir em mais equipamentos ou fugir para sobreviver? Enfrentar aquele mini-boss escondido ou correr para um abrigo antes que a noite caia? Dessa forma, Nightreign gera tensão real a cada momento.

Problemas técnicos e o elefante na sala
Apesar de todos esses méritos, Elden Ring: Nightreign sofre com um problema grave: falta de otimização. Eu joguei no mesmo PC com o qual zerei Elden Ring base sem grandes dificuldades. No entanto, aqui, sofri com quedas de FPS, stuttering ocasional e carregamentos demorados. Ao conversar com amigos que jogaram no PS5, ouvi relatos semelhantes — especialmente durante as lutas mais intensas com muitos efeitos de partículas e animações complexas.
Ainda mais frustrante é o fato de que essas falhas técnicas já eram conhecidas pela FromSoftware no lançamento, e até hoje ainda não foram corrigidas por completo. Isso atrapalha bastante a imersão, especialmente em um jogo onde timing e precisão são essenciais.

Uma boa expansão disfarçada de jogo completo?
Essa crítica é mais pessoal, mas acredito que muitos jogadores podem concordar: Nightreign teria funcionado muito melhor como uma DLC de Elden Ring, assim como Shadow of the Erdtree. Claro, ele tem conteúdo suficiente para justificar seu preço, mas a sensação constante é a de que estamos jogando uma versão alternativa do que já vimos antes. O gameplay traz novidades bem-vindas, é verdade, mas os ambientes, inimigos e até o tom da narrativa parecem mais uma extensão do jogo anterior do que algo realmente novo.
Ainda assim, não posso negar: me diverti demais com Nightreign. A cada run, eu sentia vontade de ir mais longe, explorar mais, melhorar meu personagem e derrotar o próximo chefe. E isso, no fim das contas, mostra como o jogo é bem feito, mesmo com seus tropeços.
✅ Prós
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Bosses finais incríveis – Design visual e mecânicas dos chefes principais são espetaculares e memoráveis.
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Gameplay viciante – Cada run traz uma boa dose de desafio e diversão, incentivando o recomeço constante.
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Coop bem implementado – Jogar com amigos transforma a experiência e a torna mais acessível e divertida.
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Sistema cíclico interessante – A estrutura de três dias e três noites cria tensão e dinamismo.
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Progressão entre runs – O sistema de reaproveitamento de itens mantém a sensação de progresso mesmo após derrotas.
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Mapas com variações – O mundo de Limveld se altera e mantém a exploração instigante, principalmente durante o dia.
❌ Contras
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Falta de otimização – Quedas de FPS constantes, principalmente em batalhas com muitos efeitos visuais.
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Reutilização excessiva – Estrutura, inimigos e ambientação lembram demais o Elden Ring original.
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Sensação de “DLC disfarçada” – Apesar de bom, o conteúdo poderia ter sido entregue como uma expansão, como Shadow of the Erdtree.
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Pouca variedade de inimigos – A repetição de criaturas e padrões de ataque pode frustrar quem busca algo realmente novo.
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Experiência solo muito punitiva – Jogar sozinho torna o desafio desproporcional em vários momentos.
Veredito: 8/10
Elden Ring: Nightreign é uma adição ousada e divertida ao universo da franquia. Com um sistema cíclico interessante, chefes incríveis e gameplay cooperativo viciante, ele tem muitos pontos positivos. No entanto, problemas técnicos e a sensação de conteúdo reciclado impedem que o jogo alcance a excelência esperada. Ainda assim, para fãs de FromSoftware e para quem busca um bom desafio multiplayer, a jornada por Limveld é mais do que recomendada.
Informações adicionais
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Sistema onde foi feito a review: PC via Steam
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Tempo de review: 20 horas
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Desenvolvedor: FromSoftware
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Jogadores: 1 – 3 (online)
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Plataformas disponíveis: PS5, PS4, Xbox Series X e Series S, Xbox One, PC
Agradecimento especial à Bandai Namco e à Theogames por cederem uma cópia do jogo para a produção deste review.
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