Recepção de Star Wars Outlaws tem ligamento com a queda das ações da Ubisoft
A Ubisoft, uma das maiores publicadoras de jogos do mundo, está em um momento delicado. Com uma queda expressiva no valor de suas ações, a empresa enfrenta um “alerta vermelho” que está deixando investidores e analistas preocupados. O desempenho financeiro da Ubisoft, que já vinha apresentando desafios, foi ainda mais impactado pelo recente lançamento de Star Wars: Outlaws, cujo desempenho comercial ficou abaixo do esperado. Sendo assim, os sinais de alerta estão mais evidentes do que nunca.
<<Clique aqui para entrar em nossos grupos no WhatsApp e receba notícias na palma da sua mão>>
Uma história marcada por batalhas corporativas
A trajetória da Ubisoft sempre foi marcada por batalhas para manter o controle da empresa. No início dos anos 2000, a gigante dos jogos Electronic Arts (EA) chegou a comprar quase 20% da Ubisoft, o que levantou preocupações sobre uma possível aquisição hostil. No entanto, a EA vendeu suas ações em 2010. Contudo, apenas alguns anos depois, a Ubisoft enfrentou outra batalha, desta vez contra a Vivendi, que buscava controlar a empresa.
Ainda mais notável foi a estratégia da família Guillemot, fundadora da Ubisoft, que lutou arduamente para impedir que a Vivendi assumisse o controle. A batalha culminou em 2017, quando a Vivendi finalmente desistiu e vendeu suas ações para a Tencent, uma gigante do mercado chinês. No entanto, as consequências dessas batalhas ainda ressoam na saúde financeira da empresa, com o valor das ações sofrendo oscilações dramáticas desde então.
O impacto da pandemia e o colapso pós-2020
Durante a pandemia, o mercado de jogos teve um boom considerável, e a Ubisoft foi uma das empresas que se beneficiaram disso. As ações atingiram seu pico em 2021. No entanto, essa valorização não durou muito tempo. Desde então, o preço das ações tem caído vertiginosamente, revertendo praticamente todos os ganhos do período pandêmico.
Além disso, a Ubisoft enfrenta dificuldades em criar um título de grande sucesso comercial que possa sustentá-la no longo prazo. Diferentemente de concorrentes como a EA, com suas franquias de esportes, ou a Activision, com Call of Duty, a Ubisoft ainda luta para ter uma “máquina de imprimir dinheiro”. Assassin’s Creed e Far Cry são franquias populares, mas não conseguem manter o ritmo de lançamentos anuais de alto desempenho financeiro. Dessa forma, a empresa se vê pressionada a buscar novos sucessos, muitas vezes sem êxito.
Falta de inovação e projetos problemáticos
Outro ponto que merece destaque é a falha da Ubisoft em transformar novos projetos em sucessos de mercado. O tão aguardado Skull & Bones, por exemplo, passou por diversos adiamentos e se tornou um dos maiores fracassos em termos de custos de desenvolvimento e expectativas. Além disso, a tentativa de competir diretamente com Call of Duty através de XDefiant não deu os resultados esperados. Sendo assim, a falta de inovação e a incapacidade de se manter competitiva em alguns dos maiores gêneros de jogos têm contribuído para essa queda.
Com as ações da Ubisoft em queda e os resultados financeiros aquém das expectativas, a pressão sobre a liderança da empresa, especialmente sobre o CEO Yves Guillemot, tem aumentado. Recentemente, um investidor ativista sugeriu que a Ubisoft deveria ser adquirida por uma empresa de capital privado. Ainda que essa solução possa parecer drástica, ela reflete a insatisfação crescente com a gestão atual.
No entanto, é importante lembrar que essa não é a primeira vez que Guillemot e sua equipe enfrentam uma situação de crise. No entanto, será que eles conseguirão lidar com os desafios internos, a concorrência acirrada e a falta de um novo hit no portfólio? Ainda mais, com as pressões externas para uma possível venda ou reformulação da estrutura, a Ubisoft se encontra em um momento crucial de sua história.
Acompanhe todas as informações do mundo dos games aqui no Game Notícias.